Ein Karem – hoje

Comunidade contemplativa de Nossa Senhora de Sion.

Ein Karem é um lugar cheio de significados: é a colina da Visitação da Virgem Maria à sua prima Isabel e o canto do Magnificat; é a colina do nascimento de João Batista o precursor e do canto do Bendito Seja; até 1948, foi aldeia árabe povoada de cristãos e de muçulmanos, tornou-se pouco a pouco arrabalde da Jerusalém israelense; também é a colina do grande hospital “Hadassah Ein-Karem”, que acolhe não só doentes, – tanto israelitas como palestinos e outros – mas também muitas vítimas da violência; é uma colina bem próxima de “Yad Vashem” que mantêm viva a memória da Shoah. Essa inserção geográfica corresponde a nossa vocação ao mesmo tempo de louvor e de súplica – as duas dimensões fundamentais dos Salmos- ; recorda-nos que somos chamadas a unir em um mesmo amor, haurido no Coração do Cristo, o povo judeu e as Nações, sejam quais forem os acontecimentos.
Nossa vocação é fazer memória , por toda nossa vida, da fidelidade de Deus a seu amor pelo povo judeu e de suas Promessas referentes a toda a humanidade, judeus e pagãos.

Como?

Os três pilares de nossa vida contemplativa são

A Palavra de Deus – a Eucaristia – a Vida de comunidade.

O estudo e a meditação das Escrituras, lidas através da Tradição cristã e judaica são quotidianos. No lugar do encontro de Maria com Isabel, levando em si Jesus e João Batista, experimentamos in loco a unidade das Escrituras, Primeiro e Novo Testamento.

“S. João está colocado no limite, na fronteira dos dois Testamentos; tem a mão esquerda sobre o Antigo Testamento e a direita sobre o Evangelho.” (P. Teodoro às noviças)

A vida judaica nos cerca com seus ritmos da semana e do sábado, das festas no decorrer do ano, a língua hebraica falada na vida diária, tudo isso nos familiariza com a mentalidade semita. A isso acrescentam-se ainda as visitas ao longo do ano aos locais mesmo da história da salvação. Na Liturgia das Horas, celebramos e proclamamos a misericórdia de Deus atuante na história, da Criação à realização definitiva das Promessas. Apresentamos a Deus, pelo canto dos Salmos – uma parte em hebraico -tudo o que habita o coração humano e os dos povos no meio dos quais vivemos.

Na celebração eucarística, fazemos memória da morte e da Ressurreição de Jesus Cristo, na espera de sua volta: « todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciareis a morte do Senhor até que Ele venha” (1 Cor 11,26). A Eucaristia é o lugar privilegiado do pedido de reconciliação universal em vista da qual somos consagradas.
Prolongamos a celebração eucarística pela oração junto ao Santíssimo Sacramento exposto, em geral durante a parte da manhã.

A comunidade se esforça por viver na comunhão fraterna como uma partipação ao amor que une o Pai e o Filho, pois “o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rom 5,5). “Que eles sejam um como nõs somos Um” (Jo 17, 22). É assim que ela vive no quotidiano o dia da reconciliação que implora sobre Jerusalém e sobre o mundo.

Nossos dias são ritmados pelos tempos de oração pessoal e comunitária.

O trabalho silencioso favorece a interiorização da Palavra de Deus. Nosso trabalho na lavanderia da hospedaria participa da acolhida que é oferecida por nossos Irmãos e Irmãs apostólicos.

A leitura de notícias, escutadas durante as refeições, abre nosso coração e nossa oração às dimensões do mundo. Graças à internet, podemos seguir as grandes problemáticas locais e mundiais.

A Virgem Maria acreditou na realização das promessas e exultou de alegria em Deus seu Salvador. Ela nos leva, por seu canto pascal, a esperar contra toda esperança e a dar graças pelo Desígnio de salvação do Deus Uno.