Nossa historia

 

Nossa Historia

Após 75 anos de existência somos umas cinqüenta irmãs, distribuídas em cinco comunidades:
2 na França: Grandbourg e Bartrès
2 no Brasil: Curitiba e Divina Pastora
1 em Israel: Ein Karem
Número bem pequeno para uma vocação tão atual na Igreja, vocação que é parte integrante do Carisma da Congregação de Nossa Senhora de Sion, fundada no século XIX pelo Padre Teodoro Ratisbonne.

 

Père Théodore Ratisbonne

Père Théodore Ratisbonne

Teodoro Ratisbonne, nasceu em Estrasburgo em 1802, de família judaica em vias de assimilação. O ensino de um jovem professor de filosofia, Louis Bautain, que buscava sua ciência nas Escrituras, o encaminha, pouco a pouco, para a descoberta do Deus do Antigo e do Novo Testamento.
Foi batizado em 1827 e ordenado padre em 1830.

 

Em 20 de janeiro de 1842, seu irmão mais moço, Afonso, recebeu em Roma,em uma aparição de Maria, a graça da fé cristã.

San Andrea delle fratte

San Andrea delle fratte

À luz da Palavra de Deus, Teodoro decifra o sentido do sinal recebido de Maria e, estimulado por seu irmão, funda em 1843 a Congregação das Religiosas de Nossa Senhora de Sion,

“para ser na igreja e no mundo testemunha
da fidelidade de Deus ao seu amor pelo povo judeu
e para apressar o cumprimento das promessas
referentes aos judeus e aos gentios”. (Const. n°2)

À luz de Vaticano II, a Congregação “progride na compreensão de seu carisma” acompanha e estimula novas relações que se desenvolvem entre a Igreja e o povo judeu.

“O relacionamento judeu-cristão toca o desígnio de salvação de Deus, que nos ultrapassa infinitamente. Somente a oração pode nos abrir ao mistério de Deus e aos seus caminhos.” (Capítulo das contemplativas 1991)
A oração silenciosa do Papa João Paulo II, em Jerusalém, diante do Muro ocidental e sua mensagem de arrependimento inserida entre as pedras do Muro, além de todos os gestos que já havia feito, são para nós um apelo renovado a responder à intuição do Padre Teodoro:
“O principal apostolado das Filhas de Sion se exerce pela oração; será preciso retornar à nossa primeira idéia de um santuário oculto onde arderá a lâmpada da oração enquanto as irmãs ativas trabalharão fora. Esta idéia está muito clara em meu espírito; mas para realizá-la, será preciso proceder devagarinho e com experiência; será preciso também que o lugar se preste a isso. Tudo isso amadurecerá e acontecerá a seu tempo…» (Carta de 28 de novembro de1852)
Essa idéia é tão forte que figura na primeira Regra de 1863, revista em 1872 e em 1925:
“Se a Providência preparar para a Congregação o pessoal e os recurso necessários para a fundação de um convento destinado às almas contemplativas, ficaremos felizes de realizar este pensamento, quer em Jerusalém, quer em qualquer outro lugar.
As Religiosas de Sion chamadas a esse gênero de vida observarão clausura mais estrita, silêncio mais absoluto e dirão sempre o Breviário …” (Regra de 1872)
“Tudo isso amadurecerá e acontecerá a seu tempo!”

 

chapelle_st_jose_costa_rica

capella san Jose

Foi em 1910, que Madre Christine, então superiora da casa de Sion de São José, na Costa Rica, recebeu um apelo para a vida contemplativa e compreendeu que não era só para ela, mas para realizar o pensamento do Padre Teodoro.
Foi preciso esperar ainda longos anos para que esse projeto se realizasse.
No dia 31 de outubro de 1926, na primeira festa de Cristo-Rei , as três primeiras irmãs, já reunidas em Grandbourg, separaram-se da comunidade para começar a vida contemplativa em Sion: Madre Christine tinha então 61 anos; Ir .Désirée, 40 anos, natural de Evry, viúva, entrara em Sion com um desejo de vida contemplativa, e Ir. Marie, apenas 24 anos, recebida também em Sion para a vida contemplativa, antes que esta existisse. A complementaridade dessas três mulheres foi, desde o início, uma grande riqueza.
Receberam três quartos, perto da capela da casa de Grandbourg : começo humilde e escondido, bem no espírito do Padre Teodoro.

 

Madre Gonzalès, superiora geral, escreve então a Madre Christine:

Mère Christine (Marguerite Labitte)

Mère Christine (Marguerite Labitte)

« Que tudo seja feito pouco a pouco, devagarinho, silenciosa e simplesmente : não como uma nova fundação, mas simplesmente como religiosas de Sion seguindo as indicações das Constituições que prevêem um ramo com a mesma finalidade, o mesmo espírito, mas substituindo o trabalho ativo por mais tempo de oração, clausura mais austera, o Breviário, mais mortificação. Não é uma árvore plantada ao lado, é um fruto que amadurece na árvore de Sion. »

 

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Depois de alguns meses passados em Grandbourg, a pequena comunidade foi instalada em Lyon, na colina de Fourvière. Durante três anos de vida simples, orante e feliz, a comunidade acolhe quatro novas irmãs. De repente, na noite de 13 para 14 de novembro de 1930, aconteceu um desmoronamento da colina e a desocupação imediata da casa. Em abril de 1931 a comunidade retorna a Grandbourg , desta vez ao lado do colégio na casa chamada Solitude.

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Esse nome designará doravante esta primeira casa contemplativa de Sion e, a seguir, todo o Ramo contemplativo.

Nossa ligação com a Roménia

Em março de 1866, a pedido de Monseigneur Salandari, abriu-se uma pequena comunidade das Irmãs apostólicas em Iasi, à nordeste da Romênia. Entre 2006 e 2013, três Irmãs da Solitude viveram a vida contemplativa sob o mesmo teto que as nossas Irmãs apostólicas. Vários elementos nos forçaram à renunciar esta fundação.
Essa experiência nos permitiu perceber dimensões significativas de nosso carisma a serem desenvolvidos nesse país:
sensibilizar os cristãos sobre as raízes judaicas de nossa fé.
estabelecer ligações com a comunidade judaica,
favorecer a reaproximação com os cristãos ortodoxos, valorizar assim os dois pulmões da Igreja; e para nós,      conhecer melhor a vida monástica ortodoxa que tem muito a nos ensinar.